quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

BOOK REVIEW | O Quarto Trancado Onde Nem a Morte Entrava

O Quarto Trancado Onde Nem a Morte Entrava, Abysmo, Ricardo Ben-Oliel, Deus Me Livro

Título: O Quarto Trancado Onde Nem a Morte Entrava
Autor: Ricardo Ben-Oliel
Editora: Abysmo
Ano de edição: 2015
Páginas: 132


Sinopse: 

Este vem de fora da Europa, da calma e segura Europa das últimas décadas. E tal como algumas profissões nos ficam coladas à pele - «Era ele o magistrado-mor. Ou melhor, fora-o durante o tempo de uma vida; e quando tal acontece, é sabido que a função fica colada à pele como a crosta de uma insarável ferida.» - também um país ou uma zona geográfica nos fica colada à língua, quando aí vivemos mais de quarenta anos, como é o caso de RICARDO BEN-OLIEL em Israel. Se Israel é um singular país numa singular região do planeta Terra, também este livro de contos se apresenta único no panorama da nossa literatura: uma linguagem estranha, precisa e bela como nunca se viu em português.


Opinião: 

Remembrança. Se este livro tivesse de ser resumido a uma palavra esta seria a escolhida, amplamente repetida ao longo de toda a obra. Ler “O Quarto Trancado Onde Nem a Morte Entrava” (Abysmo, 2015) é, acima de tudo, entrar no mais íntimo do autor e num tema transversal que lhe é bem sensível: a morte.

Ao longo de sete contos, uns mais reflexivos, outros mais leves, em que através de simples conversas de café se revisitam reminiscências da infância, vamos desfiando as memórias de Ricardo Ben-Oliel. Recordamos momentos marcantes da sua vida, por vezes duros fragmentos de memória que ainda hoje o fazem acordar sobressaltado à noite. São contos com histórias peculiares, próprios de quem tem um trajecto de vida também ele peculiar. A par de assuntos pesados, como a morte de judeus na Polónia, a emigração e outros complicados reveses da vida, somos também brindados com um conto num tom mais cómico – “Um delinquente com escrúpulos” –, mas que ainda assim nos faz reflectir.

Percebemos como a vivência da morte, qual ferro quente, fica para sempre marcada na pele. Aliás, chegados ao final do livro, temos a percepção de que é o próprio autor que, tal como aludido no título, se quer trancar num quarto tão bem fechado onde nem sequer a morte ouse entrar. Resta, neste emaranhado de pensamentos e recordações, encontrar a chave que permita “erguer uma inexpugnável fortaleza”.

Opinião completa no Deus me Livro

Classificação:

1 comentário:

  1. Olá!!

    Ora aqui está um exemplo de livro que o título cativa logo o leitor!! A curiosidade e estranheza do mesmo tornam obrigatório ler!

    Gostei da tua opinião!

    Beijinhos e boas leituras!

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