segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

BOOK REVIEW | Amizades Improváveis



Título: Amizades Improváveis
Autor: Jonathan Evison
Editora: Topseller
Ano de edição: 2015
Páginas: 360


Sinopse: 

Trevor é um jovem de 19 anos com distrofia muscular, limitado a uma cadeira de rodas. Ben, um homem que perdeu tudo, é o seu auxiliar de apoio domiciliário, e aos 39 anos já sabe bem onde começa e acaba a vontade de viver. Juntos irão descobrir as suas verdadeiras essências, numa viagem de autodescoberta capaz de mudar para sempre a forma como hão de viver o passado e o presente, e perspetivar o futuro.
Com uma escrita muito própria, dotada de energia, graça inteligente e momentos de absoluta beleza, Jonathan Evison conta-nos uma história inspiradora sobre encontros e desencontros, mágoa e superação, e sobre as surpresas da vida e suas incomensuráveis recompensas.
Um livro cativante, comovente e com sentido de humor agridoce, que vai ser adaptado ao cinema pela CBS Films em 2016.



Opinião: 

O desenvolvimento das personagens é um dos pontos positivos desta história. O passado é uma descoberta contínua que vamos fazendo ao longo da leitura, não sendo dado logo à partida, o que acaba por agarrar o leitor.  (...)

Outro ponto forte é, sem dúvida, não tratar as pessoas com deficiência como coitadinhos. Aliás, mostra claramente que não é assim que estes pretendem ser tratados, por isso não esperem sentimentos de pena ou comiseração por Trev. Este é um livro que fala de emoções, mas não de forma piegas e melosa. Apela antes ao coração pelas dificuldades reveladas nas mais básicas actividades do quotidiano, num retrato real e sem sentimentalismo. (...)

Desenganem-se os que esperam um romance unicamente dedicado à doença de Trev e ao papel do cuidador que, diga-se, está aqui muito bem homenageado. Esta é apenas uma parte do enredo, do qual vão surgindo pequenas tramas que exploram as origens dos vários corações despedaçados. 
As duas personagens secundárias são bastante cativantes – Dot e Peaches –, mostrando que as pessoas não são o que aparentam ser, e que, por vezes, vivem numa bolha para esconder os fantasmas do passado e aquilo que mais íntimo lhes vai na alma.


Menos positiva é a imaturidade por vezes exagerada (e irritante) de Ben: Trev chega a ser mais adulto que o seu próprio cuidador. Já a grande viagem, central no livro, parece surgir tarde de mais, só a meio da obra, mas compreende-se que assim permita estabelecer um importante contraponto entre aquilo que é o dia-a-dia de alguém com deficiência e o abraçar de uma nova e excitante aventura.

A narrativa na primeira pessoa, os capítulos curtos, os momentos de humor, a capacidade do autor compatibilizar uma veia mais séria com uma mais cómica em temas como o divórcio e a complexa relação entre pai e filho, fazem desta uma leitura simultaneamente divertida e tocante. Uma história sobre personagens destruídas mas resilientes, que nos oferecem um olhar esperançoso, fazendo vingar a redenção, o perdão, a coragem, a amizade e o amor. Soltar amarras, desapegar-se de um passado difícil, é deixar a mágoa dar lugar à superação. A grande inspiração está na força de acreditar: “uma força mais poderosa do que a própria gravidade”.
Opinião completa no Deus me Livro

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